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Obesidade e diabetes estão entre as principais epidemias
O Brasil é o 6º país com maior número de casos de diabetes no mundo: cerca de 32% dessas pessoas não sabem que têm a condição, pois o diabetes tipo 2 (DM2) costuma ser assintomático nos primeiros anos, e quando os sinais aparecem geralmente vêm acompanhado de alguma complicação. Da mesma forma, indivíduos com diabetes tipo 1 (DM1) também podem desenvolver complicações, como doença renal ou ocular, por falta de gerenciamento adequado. O relatório evento online realizado pelo FórumDCNTs. Ainda em novembro, Universidade Federal da Bahia (UFBA), capacitar o profissional para que possa fazer educação em saúde e conhecer os marcadores metabólicos é fundamental para melhorar os desfechos clínicos na Atenção Primária à Saúde (APS). Ele argumenta que há dificuldade de acesso de grande parte da população a exames importantes para a qualidade do cuidado e que, muitas vezes, existe um hiato longo de tempo entre a primeira consulta médica, a realização do exame e o retorno ao médico. Nessas situações, o resultado do exame solicitado pode chegar desatualizado ao médico, e não ser mais útil. Uma das possíveis soluções para este problema, segundo ele, é investir nas tecnologias Atenção Primária à Saúde em diferentes países das Américas. De acordo com o Dr. Andres Rosende, Consultor da OPAS/OMS para a iniciativa Previne Brasil, criado em 2019 pelo Ministério da Saúde para tornar a APS mais resolutiva através de sete indicadores. Em 2019, o exame de hemoglobina glicada havia sido solicitado para menos de 500 mil pessoas, enquanto no segundo quadrimestre de 2022 foram mais de 2,5 milhões de solicitações. Já o número de pessoas com hipertensão arterial que foram atendidas em consulta e tiveram a pressão arterial aferida na APS saltou de menos de 1 milhão para quase 10 milhões. O Sr. Cristiano Soster, Assessor Técnico do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems-BA), diz que o programa visa estabelecer vínculo e envolver os profissionais de saúde no atendimento a essa população. “O Previne Brasil estabelece uma nova cultura no processo de pagamento tanto dos gestores quanto dos trabalhadores da APS”, declara. Mas tendo em vista que todos os municípios que possuem APS aderem ao programa automaticamente, o Sr. Cristiano observa que o percentual de pessoas avaliadas ainda é muito baixo em relação à quantidade de pessoas com CCNTs: “menos de 1/4 das pessoas com hipertensão e 1/5 das pessoas com diabetes são atendidas em consulta e têm os exames realizados”. Nesse sentido, declara acreditar que o HEARTS poderá ajudar ainda mais a qualificar o atendimento considerando o acesso e estratificando o risco dessas pessoas para que tenham um acompanhamento mais qualificado.
A Coordenadora do Departamento de Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Diabetes, Dra. Karla Melo, descreve a necessidade de melhorar a gestão de compras de medicamentos e insumos, mapeando a demanda de pessoas com diabetes por região e melhorar o manejo do diabetes, investindo em centros ou clínicas de atenção especializada, com equipe multidisciplinar. Ela resume dizendo que é necessário organizar o sistema e educar a população.