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Menos exames de imagem, recomendam especialistas em dor
No Brasil, especialistas em saúde musculoesquelética confirmam que há excesso de pedidos de exames de imagem, principalmente ressonâncias magnéticas. O oposto do que as diretrizes científicas atuais mundiais recomendam. Ao sentir uma dor mais intensa nas costas, nos ombros ou em outra região do corpo, as pessoas costumam ir ao pronto-socorro onde, frequentemente, são submetidas a exames e até a procedimentos que, segundo estudos recentes, poderiam ser evitados e são desnecessários. Médicos e fisioterapeutas brasileiros têm se unido para mudar essa prática que eles acreditam ser ineficaz e cara.
Nos Estados Unidos, essa necessidade de mudança inspirou a campanha Choosing Wisely, promovida pela ABIM Foundation (American Board of Internal Medicine Foundation), baseada em pesquisa publicada na Harvard Medical School e Beth Israel Deaconess, que sugere justamente uma revisão da eficiência clínica de determinados exames e tratamentos.
Segundo pesquisa . Os ortopedistas (25%) foram os mais procurados para o manejo da dor crônica, seguidos por especialistas em dor (14%) e clínicos, como reumatologistas (12%), neurologistas (10%) e clínicos gerais. Aproximadamente 8% dos entrevistados relataram não ter acompanhamento médico.
Quando passar por exames de imagem
Segundo o Dr. William, "pacientes com a presença de sinais de alarme como dor associada a febre, perda de peso, déficit neurológico, antecedente de câncer ou imunossupressão, necessitam de cuidado médico precoce para investigação e tratamento. Já aqueles sem a necessidade de suporte analgésico maior, com ausência de sinais de alarme e que não tenham dores que persistam por longos períodos, podem ser tratadas sem essa investigação adicional".
Embora a dor lombar inespecífica, sem causa detectável, seja responsável pela maioria dos episódios de dores nas costas, a indicação de exames de imagem são recomendadas pela literatura científica apenas para os pacientes cujos casos são considerados na saúde como bandeiras vermelhas, como suspeita da existência de tumores ou fraturas da coluna vertebral, deficiências neurológicas como radiculopatia, síndrome da cauda equina, infecção ou aneurismas da aorta, que representam, segundo Rafael Alaiti,"entre 1% a 4% dos casos".
"Sentir dor não é indicativo para se fazer exames de imagem", declara o CEO da healthtech e William acrescenta que, para reduzir o número de solicitações de exames e também o de cirurgias desnecessárias, deve-se procurar o hospital apenas em casos de urgência.
Fisioterapeuta pode ser o primeiro contato
Um primeiro passo em direção à solução dessa situação relacionada ao excesso de exames, seguindo a lógica dos dois especialistas e a tendência mundial, seria, portanto, uma mudança cultural a começar pelo profissional de atendimento primário às pessoas com dores e outras condições musculoesqueléticas.
O ortopedista acredita que "a fisioterapia pode ajudar na redução da solicitação destes exames quando consegue, de forma segura e eficiente, reduzir a queixa clínica num prazo de tempo razoável de modo que o exame de imagem deixe de ser necessário", esclarece. Algo que, segundo Rafael Alaiti, já é realidade, "com