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Especialista comenta impacto da queda do transporte de carga
A inflação tem afetado o comércio exterior e, entre as consequências, observa-se o cancelamento de viagens por empresas de transporte marítimo, o que implica na queda do transporte de carga. Esse cenário está atrelado aos conflitos entre Rússia e Ucrânia e, segundo Luís Felipe Campos, afirma que esse cenário aponta para a crise econômica instaurada há meses. “Os conflitos entre Rússia e Ucrânia, além da suspensão de atividades em fábricas na China, impactaram diretamente na redução do comércio mundial e, especialmente, na desaceleração do setor de transporte marítimo. Essa recuperação, por sua vez, tende a caminhar de maneira positiva, mas a passos lentos”, afirma.
Esses dados demonstram mudança de alguns meses para cá, uma vez que antes, o cenário era de raro espaço para remessa de produtos, que inclusive impactou no aumento do preço do frete e trouxe lucros evidentes às transportadoras.
Agora, porém, observa-se uma desaceleração da demanda, com cancelamento de viagens e redução de estoques. Segundo dados divulgados pelo Valor Econômico, o preço do frete para cruzar o Pacífico caiu 75% em relação a igual período de 2021. Embora mais baixo, porém, ainda está acima dos níveis anteriores à pandemia.
Prova de que há uma crise econômica instaurada no mundo é que o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou as previsões de crescimento global mais de uma vez este ano. Em julho alertou, inclusive, que os riscos negativos da inflação alta e da guerra podem levar a economia mundial à beira da recessão se não forem controlados, conforme divulgado pela CNN Brasil.
O que gera estranheza e reforça a preocupação do setor é que o período entre o fim do verão e o início do outono no Hemisfério Norte, que ocorre no fim do mês de setembro, é considerado o período mais movimentado de todo o ano para as maiores transportadoras.
Isso ocorre, porque os varejistas e importadores costumam acumular estoques antes da temporada de compras de fim de ano. Diante das incertezas, porém, as mudanças no comportamento das empresas têm sido constantes.
Para Campos, que possui experiência no setor internacional, principalmente no trade Europa-América Latina, é difícil prever como o mercado irá se comportar daqui para a frente. “A demanda futura é incerta e não é possível prever o tempo para que a capacidade de transporte e o preço dos fretes voltem ao patamar de antes da pandemia, por exemplo. O rumo do comércio exterior está diretamente ligado às relações entre os países e até que a situação seja normalizada, essas negociações tendem a variar seus rumos”, finaliza Luís Felipe Campos.