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Principais consequências das suspensões do Tesouro Direto

Jul 20, 2018 7:00 PM ET

Investidores de perfil mais conservador tiveram seus dias de bolsa de valores nos últimos meses. Os investimentos no Tesouro Direto passaram por oscilações dignas das ações da B3 desde maio. Reflexo dessa turbulência é a necessidade de suspender as negociações do Tesouro na grande maioria dos dias.

Para as aplicações em renda fixa, esses tipos de medida — assim como a própria volatilidade — são surpresas até para os investidores com mais experiência. Como resultado, as pessoas ficam desconfiadas e bastante preocupadas não apenas com os resgates, mas principalmente com a rentabilidade dos títulos.

O início das suspensões aconteceu em maio e, com o tempo, aumentou a frequência. Isso ocorreu devido a diversos fatores, dentro e fora do mercado financeiro, que impactaram de maneira brusca as oscilações do Tesouro Direto. As interrupções normalmente são necessárias quando a expectativa sobre o futuro dos títulos fica comprometida, o que aconteceu nesses dias.

José de Oliveira, especialista e consultor em finanças explica, “é um ano de eleições, além de outros julgamentos na política e instabilidade econômica, muito ocorreu nesses últimos meses. Com a união de todos esses fatores, é de se esperar que o Tesouro Nacional suspenda as atividades durante alguns dias no mês”.

O mês de maio foi bastante conturbado, mas em junho pôde-se observar dias em que as suspensões se sucederam em até três vezes ao dia, valor acima do mês anterior. Esse fenômeno deu-se, principalmente, por causa de três fatores-chave.

O primeiro deles foi a reunião do Comitê de Política Monetária, COPOM, que ocorre a cada 45 dias e, entre outros diversos fatores, ajusta o valor a taxa básica de juros, a Selic; em maio, o Banco Central optou por mantê-la em 6,5% ao ano.

O segundo ponto foi a alta significativa do dólar que resultou na desvalorização da bolsa de valores. As negociações na B3 impactam diretamente os títulos públicos, principalmente aqueles atrelados à inflação.

O terceiro deles é a greve dos caminhoneiros e todos os impactos políticos e econômicos que o envolveram. É importante lembrar que teve consequências sérias para todo o abastecimento do país, principalmente quando falamos de combustível, o que resulta em instabilidade política e falta de confiança no governo; como consequência, os títulos relacionados a ele também são impactados.Como funcionam as negociações do Tesouro DiretoA rentabilidade do Tesouro pode sofrer até três oscilações diárias definidas pelo Tesouro Nacional, a fim de que se tenham mais vantagens tanto para investidores quanto para o Governo. Isso vale para todos os tipos de títulos públicos — prefixados, pós-fixados e híbridos.

Para determinar o valor mais adequado desses rendimentos, que, na prática, trata-se da taxa de juros que o governo paga na devolução do crédito, o Tesouro Nacional utiliza parâmetros sobre os juros futuros, ou seja, por meio da observação do comportamento dos juros com os contratos de “DI futuro”.

Esses contratos envolvem dezenas de milhares de reais e são negociados na bolsa de valores por instituições financeiras. José de Oliveira nos ajuda a entender “no dia a dia, esses contratos funcionam como ações, mas com altos níveis de experiência; por isso, pessoas físicas não participam desse setor do mercado financeiro, que sofre variações a todo momento, assim como outros investimentos na renda variável”.

O impacto para os títulos do Tesouro ocorre pela marcação a mercado, isto é, quanto se poderia receber caso determinada aplicação fosse vendida no dia. Por isso, as taxas dos contratos de “DI futuro”, ou juros futuros, impactam diretamente no valor que o Tesouro Direto pagará aos investidores; além disso, títulos privados, como o CDB, também sofrem com essa influência.

Por ser alvo da volatilidade da taxa dos juros futuros, os títulos públicos sofrem com as instabilidade financeiras externas e internas. Outro ponto que deve ser considerado, principalmente para o Tesouro IPCA+, por exemplo, é o impacto da inflação, que, por sua vez, está atrelada à taxa básica de juros.

A lógica funciona como em todo investimento: riscos, expectativas e cenário econômico precisam ser levado em conta no momento de definir a aplicação mais rentável, independentemente do perfil de investidor. Quanto melhor for a expectativa, menor serão os juros futuros; quanto mais pessimista, menores elas ficam; na prática, portanto, em momentos de instabilidade no país, elas sofrem grandes variações, o que não é saudável para o Tesouro.Justificativa do Tesouro NacionalO Tesouro Nacional afirma proteger os investidores ao suspender as atividades diárias, mas é possível que queira proteger principalmente a si mesmo. Caso os títulos públicos acompanhem a volatilidade dos juros futuros, muitos investidores poderiam aproveitar-se desses momentos de alta e baixa para lucrarem mais com as negociações.

Ainda assim, para José de Oliveira, as suspensões em seu lado positivo, pois “ainda que não se aproveitem das altas e baixas do mercado, como acontece nas ações, esse perfil de investidor procura, na realidade, segurança e baixos riscos; nas suspensões, o Tesouro Nacional evita que ocorra justamente o contrário”.

Na prática, o ajuste dos títulos públicos durante as interrupções faz com que o preço do Tesouro permaneça justo não somente para quem compra, mas também para quem vende. José ainda complementa “investidores que queiram se beneficiar da volatilidade procuram a renda variável. A atualização do Tesouro feita somente algumas vezes ao dia, evita que os títulos sejam comprados por preços altos demais. Na prática, só vai ter prejuízo quem vender o Tesouro Direto”.

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